Na maioria dos casos, o câncer de ovário, útero e colo do útero é tratado por meio de procedimentos cirúrgicos. A cirurgia possibilita a remoção do tumor e também de possíveis metástases, por isso, aumenta de forma significativa as chances de cura e de sobrevida das pacientes.
Atualmente, existem várias técnicas cirúrgicas que podem ser utilizadas para tratar esses três tipos de câncer ginecológico. Nem sempre é necessário adotar a cirurgia aberta tradicional, com grandes incisões no abdômen da paciente, pois muitos procedimentos cirúrgicos são minimamente invasivos.
A grande vantagem das cirurgias minimamente invasivas é o menor risco de complicação, já que são preservados tecidos saudáveis. Com isso, a recuperação da paciente também ocorre de forma mais rápida.
Quando o câncer acomete o ovário, muitas vezes a cirurgia se resume a retirada deste órgão, entretanto existem casos que podem necessitar de uma cirurgia maior chamada de cirurgia citorredutora ou debulking. Essa técnica pode ser complementada pela quimioterapia, realizada antes da cirurgia ou após o procedimento.
Existem situações em que há a necessidade de que sejam removidos também os gânglios ou linfonodos localizados nas proximidades do útero, ou seja na pélvis. A avaliação desses linfondos é importante para a definição quanto a necessidade de receber quimioterapia complementar.
O tratamento desse tipo de câncer pode ser realizado por meio de várias técnicas cirúrgicas, escolhidas conforme o estadiamento da doença.
Em certos casos é possível retirar apenas a lesão tumoral, em outros, é preciso retirar o útero por inteiro. De toda forma, como dito, na maioria das vezes podem ser adotadas técnicas minimamente invasivas, seja por meio da cirurgia robótica ou por laparoscopia. Conheça a seguir as cirurgias que tratam o câncer de útero e colo do útero:
Esse procedimento também pode ser realizado para diagnosticar o câncer de colo do útero, mas existem casos em que a técnica pode fazer a remoção de lesões pré-cancerosas e até mesmo do câncer em estágio inicial. Para isso, o cirurgião poderá usar bisturi, laser ou fio aquecido por eletricidade (procedimento eletrocirúrgico Leep).
O tumor é destruído utilizando um feixe de luz intensa. A técnica pode ser aplicada para tratar o carcinoma in situ, não sendo recomendada para câncer mais invasivo.
Nessa técnica, o congelamento destrói as células do tumor. Assim como o procedimento anterior, trata o carcinoma in situ, mas não o câncer invasivo.
Alternativa para o tratamento do câncer de colo do útero. Essa técnica permite tratar a doença e manter a fertilidade da mulher. É feita a remoção apenas do colo do útero e da parte superior da vagina, juntamente com os gânglios linfáticos, mas mantendo o corpo do útero.
Nessa cirurgia o útero é retirado por completo, por isso, não é possível preservar a fertilidade da mulher. Mas existem variações do método, adotadas de acordo com a necessidade de cada mulher e a localização do tumor.
A histerectomia simples é feita para remover o corpo do útero e o colo do útero, preservando o fundo da vagina, os ovários e os linfonodos pélvicos. Também pode ser feita a histerectomia para retirar apenas o corpo do útero, mantendo o colo.
Em outra variação, é realizada a histerectomia total, na qual é removido o útero, o seu colo e também nos tecidos próximos a ele, o fundo da vagina e os linfonodos.
Em alguns casos, a histerectomia é feita em combinação com a ooforectomia, assim, os ovários também são retirados. Algumas mulheres podem precisar retirar as trompas e o omento, camada de tecido gorduroso que reveste os órgãos da região abdominal.
Em relação à fertilidade, algumas cirurgias para tratamento de câncer de ovário, útero e colo do útero podem dificultar ou mesmo impedir uma futura gestação. Dependendo da extensão da cirurgia e das condições clínicas da mulher, em certas situações é possível o congelamento de óvulos.
Quanto à vida sexual, a cirurgia ginecológica não costuma afetar o prazer sexual, uma vez que a vagina e a região ao redor do clitóris mantêm a sua sensibilidade. De toda forma, quando é feita a retirada dos ovários, há prejuízos para a produção de hormônios, causando a menopausa precoce. Por isso é importante o acompanhamento ginecológico posterior para adotar as melhores medidas para melhorar a qualidade de vida da mulher conforme suas necessidades.