Sarcoma de partes moles é um tipo de tumor raro, maligno que se forma nas mais diferentes partes do corpo humano. Recebe a classificação de sarcoma de partes moles o câncer que se forma a partir de uma célula precursora em se "transforma" em tecidos fibrosos, músculo, nervos, gordura, vasos sanguíneos e tecidos mais profundos da pele.
Esse tipo de câncer pode se desenvolver em qualquer parte do corpo, porém, é diagnosticado com mais frequência nos braços e nas pernas. Contudo, cerca de 15% dos sarcomas de partes moles se formam no retroperitônio, a área que fica em volta da cavidade abdominal. De toda forma, também encontramos sarcomas de partes moles na cabeça, no pescoço, órgãos internos e no tronco.
São conhecidos mais de 50 tipos de sarcomas de partes moles. Eles são tumores raros e alguns de seus tipos são mais raros ainda. A seguir, apresentamos alguns tipos de sarcomas de partes moles e a região mais comum do corpo que eles afetam.
Sarcoma de partes moles alveolar: pernas.
Fibrossarcoma: câncer do tecido fibroso que ocorre nas pernas, nos braços e no tronco.
Sarcoma de células claras: pernas ou tendões dos braços.
Sarcoma epitelioide: se forma sob a pele dos antebraços, mãos, pés ou pernas.
Angiossarcoma: vasos sanguíneos ou vasos linfáticos.
Tumor de células desmoplásicas pequenas e redondas: abdômen.
Sarcoma fibromixoide de baixo grau, ou tumor de Evans: braços, pernas e tronco.
Sarcoma de kaposi: vasos sanguíneos ou tecido linfático.
Leiomiossarcoma: tecido muscular. Se inicia no abdômen, útero, braços ou pernas.
Tumor estromal gastrointestinal (GIST): trato digestivo.
Tumores dos nervos periféricos: células que circundam os nervos.
Lipossarcoma: tecido adiposo, ou de gordura. Interior do abdômen, coxa e abaixo do joelho.
Mixofibrosarcoma de baixo grau: logo abaixo da pele nos braços e nas pernas.
Sarcoma sinovial: região proximal da perna e distal da coxa, próximo às articulações.
Sarcoma pleomórfico indiferenciado ou histiocitoma fibroso maligno: braços e pernas.
Fibromatose ou tumores desmoides: parede abdominal, próximo a cicatrizes, membros e no retroperitoneo
Hemangioendotelioma: vasos sanguíneos ou órgãos como pulmões e fígado.
O leiomiossarcoma é o tipo de sarcoma mais frequente que se desenvolve no abdômen. Nas pernas, a ocorrência maior é do lipossarcoma e do sarcoma pleomórfico indiferenciado.
O desenvolvimento de sarcomas primários do retroperitônio provoca sintomas como massa palpável no abdômen, desconforto e dor abdominal. Esse tipo de tumor pode ser descoberto durante o exame físico ou encontrado de forma incidental durante a realização de outros exames, como a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.
Os tumores de retroperitônio não costumam ser percebidos pelo paciente quando são pequenos, com menos de 5 cm. Geralmente as manifestações clínicas se iniciam apenas quando o volume do tumor já está maior.
A tomografia computadorizada é o procedimento que costuma ser escolhido para diagnosticar os sarcomas de retroperitônio. Entretanto, a ressonância nuclear magnética e os exames intestinais contrastados também podem contribuir com o diagnóstico.
A biópsia é realizada com o intuito de conhecer a histologia do tumor para definir o melhor tratamento cirúrgico. A tomografia do tórax e os exames laboratoriais possibilitam determinar o estadiamento do tumor.
A cirurgia é o tratamento mais eficaz para o sarcoma de partes moles e do retroperitônio. A amputação já foi uma das alternativas para tratar o sarcoma desenvolvido nos membros, mas hoje em dia, esse método já pode ser substituído em muitos casos pela cirurgia preservadora de membros. Ela é complementada pela radioterapia na sua grande maioria..
Entretanto, em certos casos continua sendo preciso fazer a amputação, quando essa é a única forma de eliminar doença, ou quando a preservação do membro poderia resultar em dor crônica e ainda perda da função do membro devido à retirada de tecidos importantes, como nervos e músculos.
O objetivo da cirurgia de sarcomas de partes moles é fazer a retirada do tumor, assim como uma parte do tecido saudável ao redor dele para garantir uma margem de segurança com a eliminação de todas as células doentes.
Para confirmar essa margem de segurança, uma amostra de tecido da borda é analisada para investigar a possível presença de células malignas. Quando restam células cancerígenas, após a cirurgia o paciente também pode ser submetido a novos tratamentos, como radioterapia, em alguns casos, um novo procedimento cirúrgico.
Os linfonodos próximos ao tumor também podem ser retirados quando estiverem aumentados. Se a análise deles indicar a presença de sarcoma, a cirurgia é complementada com radioterapia.
Para o sarcoma de retroperitônio, é realizada a laparotomia, cirurgia na qual é feita uma incisão para exposição total do abdômen. Durante o procedimento, é feita a ressecção do tumor por completo, assim como de estruturas e órgãos adjacentes infiltrados.
Vale ressaltar que o sarcoma de retroperitônio apresenta tendência para a recorrência local. Por isso, após a cirurgia é preciso manter o acompanhamento com a realização de exames e, se necessário, a reoperação.