Ranyell Spencer
CRM: 122072
Tempo de leitura: 3 min.

O câncer de pâncreas não manifesta sintomas quando está nos estágios iniciais, o que dificulta seu diagnóstico e o início do tratamento. Por isso, a doença costuma ser diagnosticada mais tardiamente, o que pode prejudicar o prognóstico, portanto, o tratamento, incluindo a cirurgia deve ser aplicado rapidamente para o melhor controle e cura desta doença. 

Tipos de cirurgia de câncer de pâncreas

As cirurgias para tratar o câncer de pâncreas podem ser classificadas em dois tipos. O primeiro são as técnicas potencialmente curativas. Essas cirurgias são recomendadas para os pacientes cujos exames sugerem a possibilidade de remoção total do tumor. 

O segundo tipo são as cirurgias paliativas. Nesse caso, a doença já está disseminada e a técnica é aplicada com o objetivo de prevenir maiores complicações, como a obstrução intestinal ou o bloqueio do ducto biliar, e também para minimizar os sintomas quando não há chances de cura.

Para definir qual tipo de cirurgia atende melhor cada caso, primeiro são realizados exames para definir o estadiamento do câncer de pâncreas. Os exames de imagem podem ser utilizados, mas por meio deles é difícil fazer o estadiamento. Então, antes do tratamento cirúrgico, o paciente pode ser submetido à laparoscopia. Essa técnica ajuda a identificar qual a extensão do tumor e também permite investigar a possibilidade de ele ser ressecado por meio de procedimentos cirúrgicos. A laparoscopia é feita para coletar uma amostra de tecido do tumor e de área saudáveis. Dessa forma, é possível verificar até onde segue a disseminação da doença para então escolher a melhor técnica cirúrgica.

Cirurgias com potencial de cura

Como explicamos, as cirurgias potencialmente curativas são aquelas em que é possível remover o tumor por completo. Esse detalhe é muito importante porque a retirada de apenas parte dele não aumenta a sobrevida do paciente, sendo assim, não promoveria resultados tão positivos quanto o esperado. 

Uma das indicações é para tratar os tumores localizados na cabeça do pâncreas. Devido a essa localização, os tumores podem provocar a icterícia, e isso facilita o diagnóstico mais cedo, aumentando as chances de cura.

A seguir, você confere algumas técnicas cirúrgicas que podem ser realizadas para remover o tumor do pâncreas.

Pancreatectomia distal

Técnica para tratar tumores localizados na cauda e no corpo do pâncreas. Quando possível, o objetivo é remover o corpo juntamente com a cauda do pâncreas. Nessa cirurgia, geralmente o baço também é removido.

Pancreatectomia total

É uma alternativa para os casos em que o câncer está disseminado pelo pâncreas, mas ainda existe a possibilidade de remoção do tumor. O procedimento visa a retirada total do pâncreas, da vesícula biliar, do baço, parte do estômago e duodeno.

Entretanto, é uma técnica aplicada com menos frequência devido aos seus muitos efeitos colaterais e a baixa vantagem quando comparada com outras técnicas, como o desenvolvimento de diabetes de difícil controle.

Cirurgia de Whipple 

Também chamada de duodenopancreatectomia, consiste na técnica mais aplicada para remover o tumor que se desenvolve na cabeça do pâncreas. Essa porção do órgão é retirada, juintamente com a remoção dos linfonodos ao redor do pâncreas, parte do intestino delgado - duodeno, parte do ducto biliar e, em alguns casos, uma parte do estômago.

Para que as enzimas digestivas e biliares continuem chegando ao intestino delgado, é feita a ligação dele com o restante do ducto biliar.

Cirurgias paliativas

Nos casos em que o câncer de pâncreas não pode ser completamente removido, são realizadas cirurgias para minimizar sintomas e evitar complicações, conforme explicamos. Entretanto, nem sempre é recomendada uma cirurgia de grande porte para esse tipo de tratamento, em especial quando o paciente está debilitado. Também porque esse tipo de câncer progride muito rápido.

No caso dos tumores que se desenvolvem na cabeça do pâncreas, como existe o risco de bloqueio do ducto biliar, podem ser adotadas duas opções de tratamento para evitar esse problema. Veja.

Colocação de stent

É colocado um stent para manter o ducto biliar aberto. O stent costuma ser metálico, assim, consegue resistir à compressão exercida pelos tumores do pâncreas, mantendo a passagem aberta para que a bile consiga chegar ao intestino. A técnica costuma ser realizada com auxílio de um endoscópio.

Cirurgia de bypass 

Quando o paciente apresenta um bom estado de saúde, é feita a cirurgia de bypass para que a bile seja desviada diretamente para o intestino delgado. Apesar de o procedimento com stent proporcionar uma recuperação mais rápida e ser uma técnica mais simples, a cirurgia de bypass tem a vantagem de proporcionar alívio duradouro.

Além disso, é uma opção para o paciente que não pode colocar o stent. E ainda, durante a cirurgia é possível realizar intervenções nos nervos do pâncreas para eliminar a dor causada pelo câncer.

A cirurgia é o único tratamento que oferece uma chance real de cura para o câncer de pâncreas. Entretanto, não são todos os casos que de fato conseguem alcançar a cura. Mesmo os cânceres confinados ao pâncreas podem não ser operáveis, e isso pode ser descoberto apenas durante a cirurgia.

Além disso, a remoção do tumor visível não garante que todas as células doentes foram eliminadas. Como elas se disseminam para outros órgãos e partes do corpo, existe o risco da formação de mais tumores de difícil tratamento.

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