As cirurgias oncológicas são procedimentos muito importantes e fundamentais para o tratamento do câncer. Por meio delas, é possível tratar desde os casos mais simples até aqueles mais complexos ou de alto risco e que exigem cirurgias mais extensas. Nesses casos complexos de alto risco, há necessidade de um atendimento diferenciado e que mobiliza equipes multidisciplinares.
Todo tumor maligno oferece algum tipo de risco para a saúde do paciente. Entretanto, existem tumores que são potencialmente mais perigosos do que outros. Isso acontece devido às próprias características do tumor, que fazem com que ele seja mais agressivo ou tenha uma disseminação muito rápida, podendo se espalhar em pouco tempo para outras partes do corpo e órgãos.
Quando o câncer tem essas características, consideramos o caso como complexo e de alto risco. Essa classificação pode acontecer, também, conforme a localização do tumor. Dependendo do órgão em que ele se forma, oferece mais riscos para a vida do paciente.
Além disso, certos tipos de tumor, como o pancreático, são potencialmente mais agressivos, de evolução rápida e nem sempre tratáveis a ponto de se obter a cura. Em outras situações, o tumor pode não responder de uma forma positiva aos tratamentos adotados.
Em casos de alto risco e complexos, temos também os pacientes que apresentam contraindicações para determinados procedimentos devido ao seu histórico de saúde; e aqueles já com quadro clínico fragilizado em decorrência da própria doença ou de outras condições.
Assim um caso de câncer pode ser considerado complexo e de alto risco quando a doença evolui de uma forma muito rápida, existe algum impedimento para a realização de tratamentos ou quando o próprio tratamento pode oferecer risco para o paciente.
Nem toda cirurgia para tratamento de câncer tem um alto grau de complexidade. Para tratar o câncer de tireoide, por exemplo, o procedimento não é muito complexo e extenso, uma vez que ele pode ser limitado apenas à glândula. Certos tipos de câncer de pele também são facilmente tratados com a remoção da porção de tecido doente.
Contudo, há situações em que o câncer está muito disseminado, ou seja, entrou em metástase afetando órgãos e tecidos ao redor da localização de origem do tumor. Em situações como essa, costuma ser necessário realizar grandes cirurgias.
O procedimento recebe essa classificação quando há necessidade de fazer uma intervenção muito extensa, com a remoção de diferentes órgãos e tecidos. Também quando o procedimento é mais complexo por causa da localização do tumor, que exige uma intervenção cuidadosa e a realização de técnicas complementares, como devido à retirada de um órgão ou estrutura importante e indispensável à vida.
Para realizar cirurgias mais extensas em casos complexos de alto risco, muitas vezes é preciso fazer um amplo planejamento, que envolve a participação de diferentes profissionais, para verificar a viabilidade do tratamento.
Porém, nem sempre existe tempo para planejar, devido ao fato de o câncer já estar em um estágio mais avançado. Mesmo assim, a viabilidade do tratamento é discutida para verificar se a cirurgia poderia trazer vantagens ou se o seu risco é alto demais.
As técnicas cirúrgicas, nesses casos, são aplicadas em centros modernos e utilizando equipamentos de alta tecnologia, que permitem realizar procedimentos mais atuais, menos invasivos e menos arriscados, ou até mesmo técnicas mais recentes e inovadores.
A equipe multidisciplinar participa tanto do planejamento quanto da execução da cirurgia. Toda essa estrutura é fundamental porque durante o procedimento o paciente de alto risco pode precisar de diferentes intervenções, e a presença de vários especialistas contribui para uma ação rápida e a melhor decisão no momento.
Os casos complexos de alto risco e as grandes cirurgias são realizadas por cirurgiões muito bem capacitados e experientes, para garantir a melhor realização da técnica e aumentar as chances de sucesso do tratamento.
Mesmo depois do procedimento, os pacientes complexos ou que passaram por grandes cirurgias precisam de um acompanhamento cuidadoso para garantir a sua melhor recuperação. Em muitos casos, continua sendo necessária a assistência de uma equipe multidisciplinar para que a pessoa consiga se adaptar às suas novas condições orgânicas, como quando é feita a retirada de órgãos e adaptações anatômicas.
Vale ressaltar que o tratamento de casos complexos de alto risco e a realização de grandes cirurgias nem sempre visam a cura. Existem situações em que a técnica é adotada de forma paliativa para proporcionar alívio de sintomas e aumentar o tempo de vida com qualidade.